Estávamos na metade do show quando um fã passou por este redator que vos escreve e gritou: “essa é a terceira melhor banda de Rock do mundo!”. O fato ocorreu durante um dos solos de teclado e provavelmente o exaltado fã seguia rumo ao bar.
É claro que ele se referia à banda que estávamos presenciando ao vivo, o Deep Purple. Por mais que eu tenha ficado curioso em saber quais seriam a primeira e segunda colocadas na lista de bandas favoritas desse fã, a verdade é que o grupo inglês, que já veio ao Brasil inúmeras vezes, é mesmo considerado uma referência mundial e certamente figura na relação de “melhores do Rock” para muita gente.
O Deep Purple remonta ao final da década de sessenta, quando o Rock e o Heavy Metal que tanto amamos era moldado por bandas que mais tarde se confirmariam como as pioneiras nesses gêneros. Os britânicos obviamente estão incluídos no rol de grupos cujo pioneirismo é característica, especialmente quando se fala na fusão de Hard Rock, Blues, Progressivo e Metal.
A prova disso estava na própria ocupação do Espaço Unimed, que ficou cheio de fãs ávidos para rever o Deep Purple, mesmo em meio a tantos shows no mês de setembro.
Com apenas 10 minutos de atraso, a banda subiu ao palco com um vídeo de abertura no telão digna de um filme de Hollywood e que agitou a plateia, pronta para receber seus ídolos ao som de “Highway Star”, um clássico do festejado disco “Machine Head” (1972).
Com álbum recém-lançado, a banda já logo no início optou por executar “A Bit on the Side”, de “=1” (2024), que se juntou a outras três composições novas, tocadas mais à frente na apresentação (vide set list completo abaixo).
Mesclando alguns dos seus hits, a banda trouxe a São Paulo faixas do novo trabalho de estúdio e solos de guitarra e teclado, em quase duas horas de show, para um público predominantemente acima dos 40/50 anos de idade. “Perfect Strangers” acabou ficando de fora do repertório e a falta dela foi muito sentida pelo público, que quase acreditou que ela viria durante um dos solos de Airey. Mas ela não foi mesmo tocada.
Vestindo uma camiseta do Jimi Hendrix, Simon McBride é o mais novo integrante do Deep Purple, tendo assumido o posto de guitarrista da banda após a saída de Steve Morse, em 2022. Aos 45 anos de idade, é cerca de 30 anos mais jovem que os demais, estando já adaptado à banda e sendo o responsável por um longo solo, que acaba por dar um descanso para Paice, Gillan, Airey e Glover por alguns minutos.
Como esperado, a recepção da plateia para as canções mais recentes não foi a mesma se comparada aos grandes clássicos, afinal “=1” foi lançado em julho e ainda será muito ouvido e “digerido” pelo público. “Lazy”, “Space Truckin’” e a mundialmente conhecida “Smoke on the Water” foram algumas das que mais agitaram os fãs.
Aliás, foi essa última, um verdadeiro hino, cujo riff é impossível não reconhecer, que fechou a noite, antes do retorno para o bis. “Hush” e “Black Night” deram o tom final ao show, em meio a luzes de diversas cores e projeções nos telões, sob fortes aplausos.
Felizes daqueles que ainda têm a oportunidade especial de poder ver os ídolos na ativa e no palco. Na última sexta-feira alguns milhares de fãs estiveram nessa condição de felicidade plena, ao ver novamente o Deep Purple em São Paulo.
Agradecimentos à Catto Comunicação e Mercury Concerts pela atenção e credenciamento da equipe da rádio.
Banda:
Ian Gillan – vocal
Roger Glover – baixo
Ian Paice – bateria
Simon McBride– guitarra
Don Airey – teclado
Set List:
Highway Star
A Bit on the Side
Hard Lovin’ Man
Into the Fire
Solo Guitarra
Uncommon Man
Lazy Sod
Solo Teclado
Lazy
When a Blind Man Cries
Portable Door
Anya
Solo Teclado
Bleeding Obvious
Space Truckin’
Smoke on the Water
Bis:
Green Onions (Booker T. & the MG)
Hush (Joe South)
Black Night