Segundo dia de Summer Breeze Brasil. Mais Sol e calor, além do principal: bandas nacionais e internacionais para agradar qualquer fã de Rock e Heavy Metal, seja qual for o estilo de preferência.

Folk, Thrash, Metal sinfônico e Hard Rock. O sábado teve de tudo um pouco, reunindo o que pareceu ser o maior público dos três dias do festival, afinal o movimento começou cedo e já ficava mais difícil de transitar com tantas pessoas chegando ao local.

Para saber mais sobre estrutura e atrações extras do Summer Breeze Brasil acesse a matéria completa sobre o primeiro dia do evento, disponível também aqui no site oficial da rádio.

SHOWS – Segundo dia

Quem optou por chegar cedo foi recebido ao som da banda da escola de música School Of Rock que se apresentava no palco “Waves” desde 10:15h. As bandas brasileiras Nervosa e Sinistra foram as próximas a entrarem em cena, ficando a cargo da primeira abrir um dos palcos principais, o “Ice Stage”.

Os americanos do Forbidden debutaram no país logo no início da tarde, sendo os primeiros a ocuparem o palco “Hot Stage”. Vindos da Bay Area (região de São Francisco), a apresentação da banda era bastante esperada, justamente por se tratar de um nome do Thrash Metal que ainda não havia tocado em terras brasileiras.

No entanto, foi somente a partir do show do Korzus que a equipe da rádio acompanhou ao vivo. Patrimônio da música pesada no Brasil, o grupo que atualmente conta com Marcello Pompeu (vocal), Heros Trench e Antonio Araújo (guitarras), Dick Siebert (baixo) e Rodrigo Oliveira (bateria) comemora 40 anos de carreira e é considerado pioneiro no gênero.

Já com “um Sol para cada um”, Pompeu e cia apresentaram alguns de seus sucessos para o público até então presente, abrindo logo de início com “Discipline of Hate” e “What Are You Looking For”. Simultaneamente, a banda paulistana About2Crash também entrava em cena, no palco “Waves Stage”, logo depois dos gaúchos do Rage in My Eyes.

Como era impossível estar em todos os lugares e palcos, a equipe de reportagem se dirigiu a outra apresentação que ocorria quase no mesmo horário. Tratava-se da alemã Gamma Ray, lendária e cultuada banda de Power Metal liderada pelo guitarrista Kai Hansen (Helloween).

Figura conhecida dos brasileiros, Kai se divide entre cantar algumas das canções da banda e fazer vocais de apoio para Frank Beck (vocal). Todos os olhares se voltavam naturalmente para o líder do grupo, até mesmo em razão de sua relevância ao lado do Helloween, grupo para o qual Kai retornou em 2016 e desde então se apresenta ao vivo em festejadas turnês mundo afora.

Da carreira do Gamma Ray, o repertório trouxe um apanhado dos discos lançados pela banda, com as marcantes “Somewhere Out in Space”, “Master of Confusion”, “Land of the Free” e “Send Me a Sign” (que fez parte do bis) sendo as mais festejadas pelos fãs. “Dethrone Tyranny”, do disco “No World Order” (2001), foi outra que ficou bastante interessante ao vivo, devido à sua épica introdução e o pacote completo que uma boa canção de Power Metal deve ter: palhetadas rápidas, vocal melódico e bateria potente.

Caberia alguma música do Helloween, afinal, como afirmado acima, Kai é respeitado demais por sua contribuição na banda e na história deste gênero de Heavy Metal, mas isso acabou não ocorrendo. O show foi todo mesmo focado no trabalho da banda que havia sido escalada para o festival, o Gamma Ray.

Se a escolha foi por ficar na área dos palcos principais, a atração que se seguiu no palco “Hot Stage” foi a lendária banda brasileira Angra. Com o som literalmente estourando as caixas na parte da frente da pista, o Angra subiu ao palco em volume máximo, trazendo canções dos mais de 30 anos de estrada. “Angels Cry”, “Time” e “Rebirth” animaram o ótimo público que se concentrou em frente ao palco.

Concomitantemente à apresentação do Angra, a banda Jelusick, liderada pelo vocalista croata Dino Jelusic, ocupava o palco “Sun Stage”. Infelizmente não houve tempo para acompanhar Dino e banda ao vivo, mas fica a recomendação para uma audição atenta da discografia do vocalista, não apenas solo, mas com os diversos projetos que participou, sendo atualmente membro fixo do Trans-Siberian Orchestra e tecladista do Whitesnake.

Noturnall e Nite Stinger marcaram presença no “Waves Stage” durante a tarde de sábado, enquanto na área principal do festival o Lacuna Coil lotou a pista. Nas laterais estava difícil até mesmo para acessar a passarela que levava ao outro lado do Memorial da América Latina.

O grupo italiano veio uniformizado e maquiado, apesar do forte Sol. Cristina e Andrea Ferro fizeram o dueto vocal tradicional das composições da banda, que mescla agudos e graves. A mistura de metal gótico com alternativo apresentada nesses muitos anos de carreira resultaram em sucessos como “Heaven’s a Lie”, “Swamped” e uma exclusiva versão para “Enjoy The Silence” (Depeche Mode). As três foram incluídas no repertório de sábado e cantadas pelos fãs, que ainda tiveram a felicidade de ouvir uma nova canção, “In The Mean Time” (tocada pela primeira vez ao vivo).

Vindos da Suécia, o The Night Flight Orchestra tomou conta do palco “Sun Stage” no final da tarde. Composto por oito integrantes, incluindo tecladista e duas vocalistas de apoio, além do combo tradicional duas vocal-guitarras-baixo-bateria, a banda fez a plateia dançar e cantar no melhor estilo “estamos em uma festa dos anos 80”.

Vestidos com o figurino que tradicionalmente se apresentam ao vivo, o The Night Flight Orchestra é responsável por uma combinação de sucesso entre melodias das décadas de 70/80, com Hard Rock, AOR, Disco e Soul. Tudo na medida certa, resultando em uma sonoridade que deve agradar até mesmo aqueles fãs de Rock mais clássico.

“Satellite”, “Gemini”, “White Jeans” e “Midnight Flyer” são alguns exemplos dessa mistura que deu muito certo e que no Summer Breeze Brasil arrancou sorrisos e surpreendeu positivamente a muitos que não conheciam a banda (para os fãs o resultado era esse mesmo o esperado). Quando o vocalista Björn “Speed” Strid anunciou a balada “Something Mysterious” e pediu ajuda da plateia para cantar, logo um fã à frente do palco gritou: “deixa com a gente!”. E foi assim, com uma incrível interação entre banda e público que o The Night Flight Orchestra fez sua estreia no Brasil, prometendo retornar.

A partir do fim da apresentação dos suecos, quem se dirigiu ao palco “Hot Stage” se deparou com o show de outra banda vinda da Suécia. E que show! O Hammerfall “tomou para si” o Summer Breeze Brasil durante pouco mais de uma hora, sem dar para margem dúvidas de que se trata de um dos maiores nomes suecos quando o assunto é Heavy Metal tradicional.

Era quase impossível não se contagiar com a energia da banda no palco. Liderado por seu fundador Oscar Dronjak (guitarra), o Hammerfall performou de forma impecável, aproveitando o cair da noite para tornar tudo visualmente ainda mais bonito.

Com o mais recente disco de faixas inéditas lançado em 2022, “Hammer of Dawn”, a banda executou canções do álbum apenas no início, deixando os clássicos para o meio do show em diante. O gran finale foi apoteótico, com “Last Man Standing”, “Let the Hammer Fall” (com direito à famosa introdução do vocalista Joacim Cans, que pede para que o público complete o título da música), “(We Make) Sweden Rock” e “Hearts on Fire”. Em meio às canções clássicas, o Hammerfall ainda apresentou ao vivo seu novo single “Hail to the King” (Joacim inclusive destacou que novo trabalho de estúdio da banda sairá em agosto).

Se o Hammerfall fez um show digno de um headliner do festival, igualmente o Epica trouxe uma estrutura de palco repleta de luzes e chamas. Referência no denominado Metal sinfônico, o Epica conta com a vocalista holandesa Simone  Simons, que havia participado do Summer Breeze Brasil 2023 na condição de palestrante (ainda que tenha feito também uma participação surpresa no show do Apocalyptica).

O som estava em altíssimo volume e se ouvia perfeitamente Simone e Mark durante a execução das canções que eram recepcionadas de forma calorosa pelos fãs. “Cry for the Moon” foi uma das que levou a plateia a cantar e vibrar com a banda, enquanto o palco era tomado por luzes vermelhas e rajadas de fogo. Em seguida “Beyond the Matrix” fez os fãs pularem já nos primeiros segundos da música, valendo também destacar a participação especial de Cristina Scabbia (Lacuna Coil) em “Storm the Sorrow”. Simone inclusive brincou que estava suando de nervoso por estar tão perto de Cristina depois de tanto tempo.

A noite do segundo dia do festival ainda teve Death Metal com o Eminence e os suecos do Dark Tranquillity, e Folk Metal, com a banda alemã In Extremo. A reportagem da Kiss FM acabou por não conseguir acompanhar essas apresentações, mas a noite ainda prometida com os shows do Jeff Scott Soto e Within Temptation.

Velho conhecido dos brasileiros, Jeff é quase um cidadão do país. Comemorando naquele dia 22 anos da primeira visita ao Brasil, como bem lembrou o próprio vocalista, Soto levou um grande público para o palco “Waves”, localizado mais ao fundo.

Logo ao passar pelo corredor de acesso já era possível ver pessoas posicionadas para o show. Jeff é incansável, sempre participando de algum projeto, banda ou trabalhando em sua carreira solo e, como ele mesmo mencionou, é difícil resumir uma carreira tão extensa em um set list. No sábado Jeff acabou focando em composições gravadas com Yngwie Malmsteen, Talisman e W.E.T., em um repertório bastante especial para os fãs.

Era visível a emoção dos presentes ao ouvir “Broken Wings” e “Brothers in Arms”, canções do W.E.T., sua banda/projeto ao lado dos músicos da Work Of Art e Eclipse. Aliás, como o Elipse se apresentaria no domingo, Magnus Henriksson (guitarra – Eclipse) acabou sendo chamado ao palco, assim como Pontus Norgren (Hammerfall), que executou “Just Between Us”, meio de improviso.

Nada melhor do que finalizar a noite do segundo dia do Summer Breeze Brasil com a banda que esteve na Kiss FM no dia anterior. A vocalista holandesa Sharon den Adel foi entrevistada ao vivo no estúdio da rádio pelo locutor Henry Do Carmo e falou sobre o momento político no mundo, as guerras e todo o impacto desses acontecimentos na composição das canções da banda.

Sharon ainda elogiou os fãs brasileiros, destacando a recepção sempre calorosa que recebe no país, inclusive citando que o fã clube do Brasil é um dos mais ativos nas redes sociais do Within Temptation (a entrevista completa você encontra no Youtube da rádio).  No Summer Breeze Brasil a recepção não foi diferente.

O público encheu a área do palco “Hot Stage” para ouvir as músicas da discografia da banda, tanto as mais antigas como “Mother Earth”, título também do segundo disco de estúdio, e as mais recentes, como “Bleed Out”, nome do álbum lançado em 2023.

Com uma bandeira do Brasil com o logo do festival ao centro incorporada à sua roupa, Sharon esbanjou simpatia desde o princípio e o palco foi tomado por fumaça, muitas luzes, explosões e pirotecnia. Em “Raise Your Banner”, a vocalista fez uso de uma bandeira da Ucrânia, mostrando seu apoio ao país que teve a presença da banda para a gravação do clipe da canção “A Fool’s Parade”, com a participação do cantor ucraniano Alex Yarmak, tendo todos os royalties doados à Music Saves UA (iniciativa criada para angariar fundos para os mais necessitados por conta da guerra Rússia-Ucrânia).

Assim estava encerrado mais um dia de Summer Breeze Brasil, novamente com aquele misto de cansaço físico e satisfação por ver (e ouvir) tantas bandas interessantes. Mais uma vez era hora de retornar para casa e recuperar as energias para o domingo que estava por vir.

Agradecimentos à produção do evento e à Agência Taga pela atenção e credenciamento de toda a equipe da rádio.

Bandas – Sábado 27/04

Palco “Hot Stage”

Forbidden

Angra

Hammerfall

Within Temptation

Palco “Ice Stage”

Nervosa

Gamma Ray

Lacuna Coil

Epica

Palco “Sun Stage”

Sinistra

Korzus

Jelusick

The Night Flight Orchestra

Dark Tranquility

In Extremo

Palco “Waves Stage”

Rage in My Eyes

About2crash

Noturnall

Nite Stinger

Eminence

Jeff Scott Soto