Prestes a completar cinco décadas de carreira, o legado do Iron Maiden é imensurável. A banda inglesa, formada pelo baixista Steve Harris em 1975, é conhecida e respeitada mundialmente, graças a seus dezessete álbuns de estúdio, repletos de clássicos do Heavy Metal, e a incontáveis shows pelos mais diversos países do globo.
Na sexta-feira, após pouco mais de dois anos, a “Donzela de Ferro” retornou ao Brasil, para a primeira das duas únicas apresentações em São Paulo, ambas com ingressos esgotados.
Em noite de muito calor, boa parte do público estava a postos inclusive para ver a abertura com a banda Volbeat (leia abaixo) e já aproveitar para pegar um bom lugar para assistir ao show do Iron Maiden.
A turnê “The Future Past” traz um repertório diferente, sem algumas canções velhas conhecidas dos fãs, focando ainda no disco “Senjutsu” (2021) e em “Somewhere in Time” (1986). Dez das quinze composições tocadas na sexta-feira são desses álbuns de estúdio, com destaque para algumas que foram executadas pela primeira vez somente nesta turnê.
“Alexander the Great” foi certamente a novidade mais esperada. A canção de 8 minutos levou a plateia à loucura e muitos fãs já falavam dessa expectativa antes mesmo do show começar. As outras estreias ao vivo ficaram por conta de quatro faixas do disco “Senjutsu”: “Days of Future Past”, “The Time Machine”, “Death of the Celts” e “Hell on Earth”.
Como em um espetáculo teatral, o show do Iron Maiden transcorre perfeitamente, com tudo muito bem ensaiado e programado. Cada movimento dos integrantes, cada interação do mascote Eddie, acontece conforme programado, sem espaços para improvisos.
Em duas horas de apresentação, o Iron Maiden consegue sempre entregar o que se propõe a fazer, com maestria e qualidade. Os panos de fundo do palco são trocados quase que em todas as músicas, enquanto Eddie faz diversas aparições, em versão “cyborg” durante “Stranger in a Strange Land”, logo no início, e para um trocar “tiros” com Bruce Dickinson em “Heaven Can Wait”, além da versão “samurai” durante a execução de “Iron Maiden”, que ainda contou com algumas explosões no palco.
O sexteto parece ter energia de sobra e ainda bastante “lenha para queimar”, tanto que tem inclusive turnê anunciada para 2025, ano em que o Iron Maiden comemora seu 50º aniversário. Apesar disso, a passagem da banda pelo Brasil ficou marcada pela oficialização da aposentadoria do baterista Nicko McBrain, o mais velho integrante da Donzela, com 72 anos.
Tendo enfrentado problemas de saúde em 2023, Nicko decidiu por se afastar da vida de viagens e turnês, ficando o show de sábado no Allianz Parque marcado como sua última apresentação ao vivo com a banda (o anúncio foi oficializado no próprio sábado, com declarações oficiais do músico e da banda – Simon Dawson, do British Lion, foi confirmado como seu substituto).
A experiência de presenciar o Iron Maiden ao vivo mais vez se mostrou especial e emocionante, também por conta do anúncio da saída de Nicko e acho que posso falar por todos os fãs presentes aos shows do final de semana, não somente da sexta-feira.
Fica o agradecimento ao baterista por todos esses anos de banda! E ao Iron Maiden por mais uma apresentação incrível em São Paulo, dessa vez com um repertório inédito e diferenciado!
Abertura – Volbeat
A escolha do Volbeat como banda de abertura para os shows do Iron Maiden no Brasil se mostrou certeira, mesmo com o pouco aparato visual durante a apresentação: telões desligados e nada de pano de fundo no palco.
Era banda, sua música e nada mais. Formada por Michael Poulsen (vocal e guitarra), Jon Larsen (bateria), Kaspar Boye Larsen (baixo) e Flemming C. Lund (guitarra – para a turnês), o Volbeat fez sua segunda visita ao Brasil (já havia tocado no Lollapalooza 2018).
Vindo da Dinamarca, o Volbeat se entregou de “corpo e alma” no Allianz Parque, com diversas interações do vocalista com a plateia, que já começava a encher o estádio. Em uma hora de um divertido e agitado show, a banda apresentou canções como a acelerada “Wait a Minute My Girl”, “Say No More”, que nos remete à sonoridade do Metallica (inclusive se ouve “Jump in the Fire” na letra), “Shotgun Blues”, uma das mais empolgantes da noite, e a pesada “Still Counting”, última do repertório de doze canções.
É até difícil definir um estilo para o Volbeat, que incorpora diversas influências em suas composições, “passeando” por Hard Rock, Groove Metal, Thrash Metal e até mesmo Rockabilly. Embora não tão conhecido por aqui, o grupo dinamarquês tem tocado para grandes plateias mundo afora e foi muito bem recebido em São Paulo.
Agradecimentos à Move Concets e Midiorama pela atenção e credenciamento da equipe da rádio.
Banda Iron Maiden:
Bruce Dickinson (vocal)
Dave Murray (guitarra)
Adrian Smith (guitarra)
Janick Gers (guitarra)
Steve Harris (baixo)
Nicko McBrain (bateria)
Set list:
Bis:
