Bruce Dickinson

04/05/2024
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Vibra São Paulo, São Paulo
Texto por Otávio Juliano – Instagram @showsbyotavio

Fotos por Rogério Talarico – Instagram @rogeriotalarico

É impossível ouvir a voz do Bruce Dickinson e não associá-la ao Iron Maiden, banda da qual o vocalista é integrante, considerada um dos maiores nomes do Metal até os dias atuais.

Ainda que essa associação seja inevitável, a noite de sábado era para celebrar a carreira solo de Bruce, que ganhou um novo capítulo em 2024, com o lançamento do disco “The Madrake Project”, o sétimo trabalho de estúdio do vocalista, mais uma vez em parceria com seu amigo Roy Z, guitarrista, compositor e produtor musical.

Marcado para 22hs, o show atrasou cerca de 10 minutos. A dobradinha inicial, com “Accident of Birth” e a pesada “Abduction”, já mostrou que o repertório incluiria canções diversas da discografia do vocalista, não sendo somente focado no seu mais recente disco.

A apresentação passou por músicas da década de 90, dos álbuns “Balls to Picasso” (1994), “Accident of Birth” (1997) e “The Chemical Wedding” (1998), além dos trabalhos pós-ano 2000, “Tyranny of Souls” (2005) e o super fresco e já citado “The Madrake Project”, lançado em 1º de março. De fora só ficaram mesmo as composições dos discos “Tattooed Millionaire” (1990) e “Skunkworks” (1996).

Aos 65 anos, Dickinson continua cantando muito bem e tem total controle de sua capacidade vocal, mostrando em turnê solo sua versão mais “crua”, bastante diferente de quando está na estrada com a “Donzela de Ferro”. Como ele mesmo já havia anunciado, seus shows não trariam grandes aparatos visuais e troca de figurinos, como acontece com o Iron Maiden.

A ideia é se apresentar em casas menores, para um público reduzido em comparação à legião de fãs de sua banda principal, com a atenção voltada somente para a música. Bruce vestia um gorro, jaqueta jeans e a camiseta do merchandising oficial do “The Mandrake Project”.

Havia apenas um telão central que vez ou outra trazia captações da apresentação ao vivo e contava também com algumas imagens de acordo com a música executada. “Afterglow of Ragnarok” e “Resurrection Men”, duas composições do novo álbum, são alguns exemplos.

“Rain on the Graves”, outra recente canção, foi recebida pelas palmas do público, abrindo caminho para o cover de “Frankenstein (The Edgar Winter Group)”, quando o vocalista aproveitou para tocar percussão por alguns minutos e ainda um teremim, instrumento tocado sem contato físico e controlado por meio de antenas.

O famoso “Scream for me São Paulo” (“Grite para mim São Paulo”) veio pela primeira vez somente antes de “Many Doors to Hell”. Do lado do público, os fãs entoavam o canto “Ole, Ole, Bruce, Bruce” e gritavam o nome do vocalista em meio às canções.

Nem preciso dizer que “Tears of the Dragon”, a mais festejada música da carreira solo do vocalista, foi recebida de forma calorosa e cantada integralmente pela grande maioria dos presentes.

Quando foi ao microfone na volta para o bis, Bruce lembrou que virá ao Brasil em dezembro, para shows do Iron Maiden, destacando ainda que tem planos para novamente retornar em 2025, com sua banda solo, provocando reações fervorosas da plateia.

Dickinson ainda lembrou que havia tocado alguns dias antes em Porto Alegre, pedindo vibrações positivas ao povo da cidade, que vem sofrendo com as chuvas e inundações. Ele dedicou “Navigate the Seas of the Sun” aos porto-alegrenses. Com “Book of Thel” e “The Tower” a abafada noite de sábado se encerrou.

Mais cedo

 

Anteriormente anunciada como banda de abertura, o Clash Bulldog`s acabou por ser substituído alguns dias antes pelo Noturnall. Para a apresentação, o guitarrista Victor Franco se juntou a Thiago Bianchi (vocal), Saulo Xakol (baixo) e Henrique Pucci (bateria).

Em quarenta e cinco minutos, o Noturnall apresentou canções do disco lançado recentemente, “Cosmic Redemption” (2023), como a faixa-título, “Try Harder” e “Reset The Game”, além da mais antiga “No Turn At All”, de 2014.

O próprio Thiago Bianchi disse que o Noturnall foi convidado para “aquecer” quem chegava para ver o vocalista do Iron Maiden, fazendo tudo acontecer graças à equipe de apoio da banda, como lembrou o vocalista. Ele ainda agradeceu a oportunidade e citou a importância de se ter bandas nacionais em eventos como esse, para valorizar e divulgar o trabalho autoral.

Agradecimentos à MCA Concerts e Midiorama pela atenção e credenciamento.

Banda:

  • Philip Naslund (guitarra)
  • Chris Declercq (guitarra)
  • Tanya O’Callaghan (baixo)
  • Dave Moreno (bateria)
  • Mistheria (teclado)

 

Set list:

  • Accident of Birth
  • Abduction
  • Laughing in the Hiding Bush
  • Afterglow of Ragnarok
  • Chemical Wedding
  • Many Doors to Hell
  • Gates of Urizen
  • Resurrection Men
  • Rain on the Graves
  • Frankenstein (The Edgar Winter Group)
  • The Alchemist
  • Tears of the Dragon
  • Darkside of Aquarius

Bis:

  • Navigate the Seas of the Sun
  • Book of Thel
  • The Tower

Fonte: Redação Kiss FM

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