Em 2025, o Metallica está muito bem estruturado e lida com suas questões internas e pessoais de uma maneira muito melhor do que já foi em uma passado não tão distante.
Na época das gravações de “St Anger”, por exemplo, o grupo estava se desintegrando. O próprio James Hetfield, em 2004, em entrevista ao portal AllMetallica.com, reconheceu que sua versão mais jovem não respeitaria o que a banda havia se tornado naquele momento. Ele disse de maneira sincera e surpreendente:
“Eu, com 18 anos, teria olhado para nós (atualmente) e falado, ‘quer saber, desistam. Desencanem. Saiam da frente porque eu estou chegando. Nós passaremos por cima de vocês’. Era uma atitude típica de um jovem e continha rebeldia.”
Na época, a repercussão negativa em cima do documentário “Some Kind Of Monster” ainda era notória. Dessa forma, James explicou que os problemas eram muito mais sérios do que os fãs pensavam e mencionou a saída de Jason Newsted, além de seus próprios dilemas referentes a vícios.
Foto: Reprodução/Youtube
A ideia era fazer um “making of” das gravações do disco, entretanto, o projeto acabou se tornando um documentário. E isso ocorreu conforme as brigas, discussões acirradas e desentendimentos começaram a ser capturadas em imagens.
James explicou:
“Isso começou como uma ferramenta promocional. Nós íamos gravar o making of deste álbum (‘St. Anger’). Mas assim que Jason saiu e eu passei pela clínica de reabilitação, cara, acabou se tornando mais sobre relacionamento na banda do que sobre música. É muito mais sobre sobreviver e enfrentar nossos demônios.”
James Hetfield assumiu que o Metallica chegou bem perto anunciar o próprio fim:
“O processo se tornou uma grande revelação, um aviso para acordarmos. Nós chegamos a conclusão de que o Metallica poderia acabar, e isso foi um grande choque para nós todos. Todas as nossas identidades nos últimos 22 anos foram misturadas com a identidade do Metallica e todo esse gosto, toda liberdade e todas essas coisas que vieram com o sucesso. Nós aprendemos que tínhamos que ser reais com nós mesmos.”
Como sabemos, este foi um processo necessário para que o Metallica se transformasse na banda equilibrada e coesa que é hoje.
Se hoje temos uma banda blindada internamente, muito disso foi por conta dos maus bocados passados em tempos não muito saudosos. O maior legado destes tempos, sem dúvida, são as lições aprendidas.