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Megadeth: “não acredito que tenho que ir para a América do Sul de novo”, diz Ellefson

Foto: Reprodução/Facebook

Muitas vezes, no início de suas trajetórias, os músicos não tem noção de tudo que precisarão fazer para conseguir uma carreira longeva e de sucesso. Quando se é jovem, é comum ter uma visão romântica sobre a vida na estrada ser sempre algo muito bom e divertido. Provavelmente, ninguém irá contar sobre a rotina estressante de viagens ou dar conselhos sobre pressões feitas por executivos de gravadoras.

Com a idade e a experiência, os problemas passam a ser contornados com maior facilidade e os grandes equívocos do passado começam a ser evitados. Tudo é uma questão de amadurecimento.

Em uma nova entrevista ao “The UACast” da UpAndComingTV, o ex-baixista do Megadeth, David Ellefson, respondeu uma pergunta sobre quais seriam as principais lições que ele aprendeu em seu desenvolvimento como artista em todos estes anos. Ele refletiu:

“Bem, acho que a primeira coisa é tentar apenas ser alegre no que você está fazendo. É um dom e todos nós temos dons diferentes. Mesmo em uma banda, há dons diferentes. Baixista, não tente ser o baterista. Apenas cuida da sua parte. Isso é uma coisa. E acho que a outra coisa é se você é um bom número um, contrate um número dois e um número três que sejam melhores do que você. E não tenha medo de ter pessoas ao seu redor que sejam melhores do que você, porque elas só vão te elevar. Como dizem, quando a água sobe, todos os barcos sobem. Então, para mim, gosto de trabalhar com as melhores pessoas que posso. E não vou me deixar levar pelo fator nome ao invés de pensar nas melhores pessoas possíveis.

E algumas pessoas, só porque não tiveram uma chance de sucesso não significa que não sejam perfeitamente qualificadas. E todos nós somos treinados e aprendemos à medida que passamos pelo processo. E então, veja, não há nada que substitua a experiência.

E tente ser grato, realmente, tente ser grato. Talvez seja porque estou ficando um pouco mais velho agora, não sei, mas eu tive essa mentalidade o tempo todo. É tipo, cara, nós tocamos música. Lembro que uma vez eu tinha um conselheiro espiritual, um amigo patrocinador meu, e eu ficava a todo momento dizendo, ‘cara, eu tenho que ir para o Japão’. Até que um dia ele disse, ‘espere, espere, espere. Você vai para o Japão’. Enquanto ele ia para o escritório e trabalhava, eu disse, ‘Deus, sabe de uma coisa? Você está certo. Eu provavelmente deveria ficar quieto sobre isso’. E é tipo, não faça essas coisas parecerem uma tarefa trabalhosa. ‘Ah, não acredito que tenho que ir para a América do Sul de novo’. É algo como, ‘você pode tocar suas músicas para pessoas do mundo todo. E isso não nega que viajar é difícil e que há coisas humanas que te afetam um pouco’, só o tempo muda essas coisas. Mas sabe de uma coisa? É tudo um presente, cara. E não estamos aqui há muito tempo. Estou chegando aos 60 anos agora e parece que eu tinha 30 há apenas algumas semanas. Quer dizer, no meu coração eu ainda tenho 30, eu ainda sou o mesmo cara. Mas a verdade é que… eu estava em um museu outro dia e eles estavam dando estatísticas de pessoas. E uma das últimas estatísticas é que 100 por cento de todas as pessoas morrem. 100 por cento! Não é, tipo, ‘bem, se você fizer isso, você pode sobreviver’. Não, 100 por cento, todos morrem.

Esta é a lição para mim, porque eu não faço isso o tempo todo. Viajam e apenas carregar uma carga leve. E via que eu sempre levava muita bagagem e carregava muitos confortos comigo. Então é uma boa lição para mim apenas lembrar que você não precisa ter essa merda toda. Apenas viaje leve, cara. E isso é realmente mais uma mentalidade. Apenas esteja pronto para ir. Se o telefone tocar, vá. Mantenha o baixo afinado. Mantenha seu corpo em boa forma. Quando chegar a hora, vá, cara.”

Fonte: Mundo Metal – Fabio Reis

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