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Max Cavalera: “Não quero me tornar um velhote que só ouve coisas dos anos 80”

Foto: Reprodução

Max Cavalera, ex-vocalista e guitarrista do Sepultura, atual Soulfly, Go Ahead And Die e Cavalera Conspiracy, discutiu a respeito da atual cena do Metal e as bandas que estão se destacando nos últimos anos. Ele aproveitou para mencionar algumas de suas bandas favoritas e disse que não quer ficar preso nos anos 80. Durante uma entrevista a Metal Hammer, Max declarou:

“O underground do metal é um lugar emocionante — eu sempre quero gritar sobre novas bandas legais. Música nova é a coisa mais emocionante. Ela me mantém jovem de coração também. Eu não quero envelhecer e me tornar um velhote que só ouve coisas dos anos 80. Não me entenda mal, eu amo Celtic Frost e Possessed, mas há coisas ótimas acontecendo agora também. Eu estava gravando o novo álbum do Soulfly e Arthur Rizk era o produtor. Ele está muito envolvido com o underground e me mostrou Lesions of a Different Kind do Undeath. Eles têm aqueles riffs cativantes matadores e aquele groove. Esse é o meu problema com algum metal extremo às vezes — ele perde o groove. Mas o Undeath tem isso e torna o death metal muito mais divertido de ouvir. Meu gosto vai para aquela vibe do death metal do homem das cavernas dos anos 90.

Zach, o baterista do Go Ahead And Die, foi quem me mostrou o Undergang. Efter Obduktionen é tão cativante e te fisga desde o começo. Eles têm alguns vocais loucos e brutais também. Uma das minhas coisas favoritas no mundo é dizer às pessoas para conferirem as bandas e ter pessoas me dizendo para conferir as bandas. É o contato humano que não deve ser perdido por causa da maneira moderna de fazer as coisas.

Antigamente, descobríamos o que as bandas estavam realmente ouvindo na lista de agradecimentos na capa do álbum. Estamos todos na internet agora, mas acho que foi basicamente assim que encontrei o Swampbeast. Eles são de Los Angeles e o disco deles é foda pra caramba, cara! Quando ouvi o nome, pensei que era um pouco bobo, mas Orc’s Anvil realmente soa como uma fera do pântano ganhando vida.

Black Curse fez outro dos meus discos favoritos do ano passado. É a outra banda do Zach, e foi assim que ele conseguiu o show no Go Ahead And Die. Quando ouvi “Charnel Rift”, era outro tipo de metal. É tão sujo e tão encardido. É puro grunt. Essa é a palavra perfeita para isso, grunt metal! Gravesend também é sujo. ‘Rats Among Us’ é da demo deles. Eu amo como ele representa aquela vibe suja da cidade de Nova York.

Sou um grande fã de Bølzer. Adoro tudo o que eles fizeram. É tão legal como o guitarrista faz esses riffs. Ele toca as cordas pequenas para adicionar melodias aos riffs, e acho isso fascinante. Eu realmente não toco assim. Eu faço riffs de homem das cavernas! Eu só tenho quatro cordas na minha guitarra, então não conseguiria fazer isso se quisesse, mas posso apreciar alguém que consegue! ‘Entranced By the Wolfshook’ é um Bølzer da velha guarda.

Lembro-me de fazer uma entrevista e dizer que eles são a melhor coisa que saiu da Suíça desde o Celtic Frost! Eu mantenho essa afirmação. Vi uma foto do Trey [Pemberton, guitarra] do Creeping Death usando uma camiseta do Sepultura, Schizophrenia, então imaginei que ele deve ser um fã antigo do Max. ‘World Decay’ do disco deles, Wretched Illusions, é um metal muito influenciado pelo ‘Schizophrenia’, esse tipo de death-thrash. Esses caras são do Texas e eu amo a cena do Texas agora, com bandas como Tribal Gaze. Quando vi o nome deles, pensei que seria algum tipo de metal tribal. Mas não, ouça ‘Astral Nameless’ e é death metal antigo e direto! Todos parecem ter 18 ou 19 anos, é algo incrível.

É legal ver as bandas que adoram o death metal dos anos 90, mas dão seu toque pessoal a ele. Eu também adoro o Celestial Sanctuary do Reino Unido. Todo mundo deveria ouvir ‘Relentless Savagery’ do novo álbum deles. Eles são parte da New Wave of British Death Metal e eu amo tudo isso pra caramba.

Finalmente, tem Becerus da Itália. Acabei de descobrir que eles não têm letras! É realmente um homem das cavernas, até os dentes! É uma ótima ideia. ‘Balordicus’ tem ótimos riffs, a produção é matadora. Esses são bons tempos, cara. Eu sempre digo que a música é uma arma. Se estou me sentindo uma merda, coloco qualquer uma dessas músicas e isso me dá aquela descarga de adrenalina, e me faz querer ser um músico melhor. O mundo do metal é mágico, cara!”

Leia a entrevista completa Aqui

Fonte: Mundo Metal – Flávia Reis

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