As esperanças de ver a formação clássica do Sepultura reunida para o adeus definitivo da banda sofreram um golpe duro nesta quinta-feira, 27 de novembro. O guitarrista e líder do grupo, Andreas Kisser, concedeu uma entrevista explosiva ao canal 100 Segredo, onde não apenas descartou a possibilidade, mas também teceu críticas severas ao desempenho atual de seus ex-companheiros.
Embora rumores recentes indicassem negociações entre os empresários para um grande “Sepulfest”, Kisser mudou o tom e foi categórico. O músico afirmou que não possui “a mínima vontade” de dividir o palco com Max e Iggor Cavalera novamente.
“Não Tem Sentido Voltar”
Andreas Kisser justificou sua posição citando questões práticas e de convivência que tornariam um reencontro inviável.
“Por que tem que voltar? Não tem sentido isso”, disparou o guitarrista. “Para você trazer alguém… O camarim, que hora que vai chegar? Vai ter ensaio ou não vai? Primeiro que eu não tenho a mínima vontade de tocar com eles de novo. O Sepultura está em outro momento.”
Consequentemente, Kisser ressaltou que a banda vive hoje uma fase “mais verdadeira e confiável”, trabalhando com profissionais que “olham no olho”. Ele contrastou essa atmosfera com a dinâmica antiga, afirmando que o grupo atual não é refém de personagens.
Críticas à Performance de Max Cavalera
Entretanto, o momento mais tenso da entrevista ocorreu quando Kisser avaliou a carreira atual de Max Cavalera. O guitarrista questionou a capacidade técnica do ex-vocalista para entregar um show no nível que o Sepultura exige hoje.
“Para que eu vou lá subir num palco [com Max] sem saber o que vai acontecer? ‘Ah, o Max hoje está cansado, não quer fazer essa’… Ver ele tocando é lamentável, na verdade”, criticou Andreas.
Além disso, Kisser argumentou que os irmãos estagnaram artisticamente. “Parou no tempo. Não tem evolução musical, técnica. Tanto é que está fazendo coisas que a gente escreveu 30 anos atrás”, concluiu.
O Desejo de Celebrar com Outros Ex-Membros
Apesar da porta fechada para os Cavaleras, Andreas Kisser manteve o desejo de celebrar a história da banda com outros ex-integrantes. Ele citou nomes como Jairo Guedz, Eloy Casagrande, Roy Mayorga e Jean Patton como figuras importantes que ele gostaria de ver no show final.
Portanto, enquanto a turnê de despedida do Sepultura caminha para o seu encerramento no próximo ano, fica claro que o adeus será focado na celebração da trajetória da banda como instituição, e não na nostalgia de uma formação específica que, segundo Kisser, “já passou”.
Por Lucas Falcão
