Enquanto participava da coletiva de imprensa que anunciava o show do aniversário de 60 anos do Scorpions, que será na cidade alemã de Hannover, em julho de 2025, o baterista sueco Mikkey Dee (que fez parte do Motörhead durante 23 anos) respondeu sobre como ele se juntou ao quinteto alemão de Hard Rock. Ele disse assim:

“Bem, eu toquei com o MOTÖRHEAD, como você provavelmente sabe, por quase 25 anos. E infelizmente, Lemmy faleceu no final de 2015. E então Matthias me ligou no início de 2016 e disse: ‘Você está em Gotemburgo, Mikkey?’ Eu disse: ‘Sim.’ ‘Você pode vir para Luxemburgo amanhã?’ [Risos] Basicamente, foi assim. E eu ficava um pouco em pé e ajudava porque James Kottak, então baterista do Scorpions, estava lutando contra um pequeno problema de saúde. Mas ele fez uma ótima turnê na Alemanha. E eu estava apenas de prontidão naquela época. E nós ensaiamos um pouco secretamente aprendendo algumas músicas. E então terminei o ano e aqui estou, e estamos indo para o nono ano… Nove no ano que vem.

Mas aqui estamos nós e arrebentando como nunca antes, eu diria, e tem sido uma ótima jornada até agora para mim. Se você me perguntasse, eu diria, ‘Sim, eu toco com esses caras malucos há cerca de quatro anos.’ Mas estamos falando de nove, então o tempo está voando. E conseguimos criar um ótimo disco, ‘Rock Believer’ em 2022, durante os anos da COVID. Então passaram tão rápido esses nove anos. Eu diria quatro, talvez cinco, mas não nove. Mas aqui estamos. Então foi assim que aconteceu. Então, algo ruim se transformou em algo muito bom, eu diria. E, sim, com a morte de Lemmy e a entrada nessa banda, eu queria trazer um pouco do Motörhead ao poderoso Scorpions. E nós somos amigos, ao longo dos anos, nos víamos em festivais e shows, então meio que nos conhecíamos, mas nunca tocamos juntos. E aí estamos. Espero que muitos mais anos venham. E estamos começando com o 60º aniversário ano que vem, então é uma grande honra fazer parte disso.”

Em seguida, Mikkey Dee ainda comentou sobre James Kottak:

“James foi um ótimo baterista. Ele foi fantástico com o SCORPIONS. Ele teve alguns problemas de saúde com os quais teve que lidar. Eu nunca fui, e nunca vou, falar mal dele de nenhuma maneira, forma ou formato, mas eu gostaria de fazer, o que eu queria fazer naquele momento era mostrar o que eu posso fazer e o que você não pode ficar sem. Eu disse aos caras que eu iria ‘motörizá-los’. ‘Eu quero mais forte, mais firme e mais pesado, e eu vou mostrar a vocês que tipo de baterista eu sou. Vou colocar muito mais energia no que fazemos, e espero que isso contamine toda a banda e possamos levar isso a outro nível. E eu posso inspirar vocês o suficiente, e vocês vão me inspirar também, é claro.’ Porque tocar praticamente as mesmas coisas por 25 anos é uma coisa. Então, isso foi um grande desafio para mim, é claro, também… E quando isso funciona do jeito que funciona, é uma coisa boa. Eles têm atitude, assim como eu. Nós nos conhecíamos antes. Nós nos damos muito bem. E agora vamos tocar muito bem juntos. Mas é claro, você nunca, nunca, nunca sabe. Eu posso ser um idiota saindo com os SCORPIONS, sendo um completo babaca sobre as coisas. E eles dizem, ‘Puta merda. Não nos lembramos de você assim.’ Eu posso pensar, ‘Puta merda. Esses caras são uns idiotas. Não consigo lidar com isso.’ Mas não foi esse o caso. E é claro, nós nos demos muito bem, e ainda nos damos. E estamos nos divertindo muito na estrada e no estúdio. Então, acabou sendo uma situação na qual as duas partes ganharam.”

O baterista James Kottak (Kingdom Come) atuou como membro do Scorpions entre os anos de 1996 a 2016. Ele veio a falecer no dia 9 de janeiro de 2024 e, embora não tenha sido divulgada a causa da morte, era de conhecimento público que o mesmo, há bastante tempo, enfrentava problemas com o alcoolismo.

Mikkey Dee, por sua vez, atuou como membro do Motörhead entre 1992 e 2015. Ele gravou um total de doze full lenghts nesse período, lançando o primeiro deles em 1993, “Bastards”, e o último, “Bad Magic”, em 2015, poucos meses antes do falecimento de Lemmy KIlmister. Dee apareceu para a cena do Heavy Metal mundial através da banda solo do vocalista dinamarquês King Diamond (Mercyful Fate). Ele gravou os principais clássicos do King Diamond: “Fatal Portrait” (1986), “Abigail” (1987) e “Them” (1988).