Mas qual é o limite que não se deve ultrapassar?
Muitas bandas tem exagerado na dose e as críticas são inevitáveis. O Kiss foi amplamente acusado de fazer playback em seus últimos anos e o Motley Crue sofre destas mesmas acusações. O WASP, através de seu frontman, Blackie Lawless, inclusive, assumiu que usa deliberadamente as famigeradas faixas de apoio. Lawless não vê problema algum em reproduzir trechos vocais que não consegue mais alcançar ao vivo.
Aqui no Brasil, tivemos recentemente uma polêmica envolvendo o ex-vocalista do Angra, Edu Falaschi. Muitos fãs o acusaram de estar fazendo uso deste mesmo recurso tecnológico para mascarar possíveis falhas vocais.
É importante ressaltar que enquanto muitos se utilizam destas ferramentas (mesmo que de forma não explícita), algumas bandas se mantém fiéis ao propósito de show ao vivo real. O Iron Maiden é uma delas e o vocalista Bruce Dickinson é um crítico fervoroso deste tipo de artifício.
Em uma nova entrevista concedida a revista Classic Rock deste mês, o cantor da velha donzela disse que no dia em que ele não conseguir mais cantar suas próprias músicas, será o dia em que ele abandonará os palcos.
Veja a opinião de Bruce sobre o tema:
“A ideia de que você pode transformar nosso show na Disneylandia do Maiden usando faixas de apoio ou alguns truques… não! O Maiden tem que ser cem por cento real, e muito feroz! Só recentemente esse cara, um grande fã, me disse: ‘É tão bom ver o Maiden ainda fazendo isso’. E eu disse: ‘Sim, e estamos fazendo isso de verdade!’ Não há desafinação. Esse cara disse: ‘Muitas bandas usam trilhas de apoio agora’. E eu disse: ‘Não! Não, não!’ Esse é o dia em que eu vou parar. Ou o dia em que nós iremos parar. Se não é real, não é o Maiden.”