Metallica – Estádio do Morumbi, São Paulo – SP – 10 de maio de 2022
Por Otávio Juliano – Instagram @showsbyotavio
Fotos por Leandro Anhelli – Instagram @anhelli1980
Passava um pouco das 21hs quando o famoso ritual que precede o show do Metallica se iniciou: os telões traziam um trecho do filme de faroeste “The Good, the Bad and the Ugly – Il buono, il brutto, il cativo” (no Brasil, “Três Homens em Conflito”), ao som de “Ecstasy of Gold”, de Ennio Morricone, clássica canção utilizada pela banda desde 1983.
Era o prelúdio do que estava por vir e do que o público tanto ansiava por assistir desde 2019, quando o show do Metallica foi inicialmente anunciado, antes do mundo parar por conta da pandemia da Covid-19.
A reação dos fãs foi imediata já nos primeiros acordes de “Whiplash”. Ali era possível entender que finalmente a apresentação da banda no Brasil estava acontecendo, depois de tanta espera. Mas ainda seriam necessários mais alguns minutos para processar todo o aparato visual do show.
Com um palco imenso, muitas luzes coloridas e explosões que se viam inclusive em postes de luz instalados entre as pistas comum e premium, era preciso estar atento a todos os cantos do estádio para vivenciar a experiência completa de estar em um show de um dos maiores nomes do Thrash Metal mundial.
A energia que emanava da banda ia ao encontro direto da vibração do público. A trinca formada por “Ride The Lightning”, com os gritos de “hey, hey, hey” de James acompanhados pela plateia, “Fuel”, que literalmente “pôs fogo” no estádio e a pesada “Seek & Destroy”, cantada em uníssono, foi a prova disso.
Foram 16 canções ao todo e cada uma delas proporcionava ao espectador uma experiência única, graças à tecnologia utilizada pela banda na turnê e aos gigantes telões que tomavam do palco de ponta a ponta.
Era quase impossível resistir a gravar um trecho do show para recordação e um “mar” de celulares tomava conta da pista quando a banda iniciava a execução das canções escolhidas para o setlist. Enquanto em “For Whom The Bell Tolls” sinos eram projetados no telão, em “Master of Puppets”, última música antes do bis, um cemitério repleto de cruzes brancas, similar à capa do disco, tomou conta do estádio do Morumbi por alguns instantes.
Talvez somente com imagens e vídeos seja possível entender exatamente o que se viu em São Paulo, pois estas breves linhas não são suficientes para traduzir a exata sensação de estar em uma apresentação do Metallica em 2022. Um verdadeiro espetáculo.
Ao final, James, Kirk, Lars e Rob foram ao microfone para agradecer a presença do público e o baixista ainda puxou em português o canto de torcida “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”, arrancando sorrisos e aplausos, encerrando as quase duas horas de show.
Abertura
Antes do Metallica, a banda brasileira Ego Kill Talent subiu ao palco pontualmente às 18:30h, apresentando músicas de seu mais recente trabalho, o disco “The Dance Between Extremes” (2021), mescladas com composições do homônimo debut (2017).
Formada por Theo Van Der Loo (baixo e guitarra), Jean Dolabella (bateria e guitarra), Raphael Miranda (bateria, baixo e guitarra), Niper Boaventura (guitarra e baixo) e Jonathan Dörr (vocalista), a banda já acumula participações em festivais como Rock in Rio e Lollapalooza e se prepara para participar do Graspop, agora em junho, na Bélgica.
Outra atração da noite foi o Greta Van Fleet, que vem atraindo muita atenção nos últimos anos, seja para o bem ou para o mal, vide as muitas críticas pela semelhança da sonoridade da banda com o Led Zeppelin.
Com um curto setlist quase que totalmente focado no último álbum lançado – “The Battle at Garden´s Gate” (2021), o grupo formado pelos irmãos Josh, Jake e Sam Kiszka e o baterista Daniel Wagner, mostrou sua consistência sonora em pouco menos de uma hora de show.
Promovendo uma viagem no tempo, com composições que remetem os ouvintes à década de 70, os garotos tocam no palco como se estivessem se divertindo em uma “jam session”, com um instrumental preciso, como o apresentado nos quase nove minutos da longa canção “The Weight of Dreams”.
Feliz da banda que busca no Led Zeppelin sua principal inspiração, pois ao menos é garantia de uma fonte musical de (muita) qualidade. O público acompanhou com atenção o Greta Van Fleet, que já havia tocado no Brasil em 2019, quando teve oportunidade de tocar alguns dos sucessos do famoso EP “From The Fires” (2017), como “Safari Song” e “Black Smoke Rising”, que dessa vez infelizmente ficaram de fora.
Agradecimentos a Aline Nobre (Motisuki PR) e Live Nation pela atenção e credenciamento.
Banda – Metallica:
James Hetfield – vocal e guitarra
Lars Ulrich – bateria
Kirk Hammett – guitarra
Robert Trujillo – baixo
Set List Metallica:
Whiplash
Ride the Lightning
Fuel
Seek & Destroy
Holier Than You
One
Sad but True
Dirty Window
No Leaf Clover
For Whom the Bell Tolls
Creeping Death
Welcome Home (Sanitarium)
Master of Puppets
Bis:
Spit Out The Bone
Nothing Else Matters
Enter Sandman