Por Otávio Juliano – Instagram @showsbyotavio

Fotos por Leandro Anhelli – Instagram @anhelli1980

Paródia, sátira, fanfarronice, comédia, humor. Todas essas palavras parecem caber muito bem na definição do que a banda americana Steel Panther faz desde o ano 2000, quando ainda usava o nome de Metal Shop, tocando em bares da Sunset Strip.

O show da banda pode ser definido como uma mistura de Hard Rock com stand up comedy, que nada mais é do que um espetáculo de humor cheio de improvisos e originalidade.

Pela segunda vez no Brasil – o grupo musical já havia tocado no festival Monsters of Rock anteriormente (em 2015), o Steel Panther entregou o que dele se esperava, especialmente àqueles que comparecem sabendo da proposta da banda e ocuparam por volta de metade da capacidade total da Audio.

É claro que o componente “música” é peça importantíssima nessa equação de sucesso que forma o Steel Panther e agrada a tantos fãs mundo afora. As canções são divertidas e contêm todos os elementos para uma composição de sucesso do gênero Hard Rock, ainda que por muitos momentos elas acabem ficando de lado durante o show, justamente para dar lugar às piadas.

Em São Paulo não foi diferente. Foram pouco menos de duas horas de apresentação com um repertório curto de músicas, mas cheio de momentos engraçados e de brincadeiras que, para alguns mais desavisados, podem soar exageradas.

A verdade é que os próprios músicos tiram sarro de si mesmos e ainda demonstram um certo espanto uns com os outros, tamanho o descaramento das falas e piadas em cima do palco. Não era difícil perceber os sorrisos entre eles, como se um estivesse a dizer ao outro: “sério mesmo que você falou isso?”. Foi assim antes da execução de “1987”, quando o guitarrista Satchel brincou sobre ter feito sexo com a mãe do vocalista Michael Starr.

O roteiro do show do Steel Panther é conhecido e seguido à risca pela banda, que trouxe no repertório músicas bastante celebradas pelos apreciadores de Hard Rock, como “Eyes Of A Panther”, “Party All Day” e aquela que pode ser considerada uma verdadeira ode ao Heavy Metal – “Death To All But Metal”.

Essas faixas extraídas do primeiro álbum gravado com o nome Steel Panther juntaram-se a outras composições dos demais trabalhos, incluindo algumas do mais recente disco, que dá nome à turnê, “On The Prowl” (2023).

A balada sem graça “Ain’t Dead Yet” e a excelente “Friends With Benefits” foram duas extraídas do novo álbum, em meio às dezesseis músicas tocadas, com direito a uma composição “improvisada” para a fã de nome Kim, escolhida para se juntar aos músicos no palco. Quase a cada parada era feita uma divertida introdução para a canção que viria em seguida e ainda houve tempo para que a banda chamasse ao palco diversas garotas da plateia para dançar ao som de “Community Property” e durante parte de “Party All Day (Fuck All Night)”, que encerrou o repertório regular.

Em alguns momentos a presença de bases pré-gravadas parece ter sido sentida, para dar apoio à voz de Michael Starr, mas isso não atrapalhou a noite. O bis trouxe mais duas músicas, uma delas em princípio de fora do setlist oficial. O vocalista ao final questionou se o público voltaria a comparecer a um show do Steel Panther, recebendo um sinal positivo dos fãs presentes, o que evidencia que a plateia havia gostado do que viu e ouviu (e riu, pode-se também assim dizer).

Certamente se você aprecia Hard Rock e gosta de dar boas risadas, sem se preocupar com a sátira ao próprio estilo e visual, seu lugar é em um show do Steel Panther. Fica a torcida para um retorno da banda ao país.

Agradecimentos à Mercury Concerts e Catto Comunicação pela atenção e credenciamento da equipe da rádio.

 

Banda:

Ralph “Michael Starr” Saenz – vocal, violão

Russ “Satchel” Parrish – guitarra

Darren “Stix Zadinia” Leader – bateria

Joe “Spyder” Lester – baixo

 

Setlist:

Eyes of a Panther

Let Me Cum In

Asian Hooker

The Burden of Being Wonderful

Friends With Benefits

Solo Guitarra

Death to All but Metal

1987

Ain’t Dead Yet

Impromptu Song for a Girl (para Kim)

Girl From Oklahoma

Community Property

Party All Day (Fuck All Night)

Bis:

Gloryhole

Party Like Tomorrow Is the End of the World