Texto por Otávio Juliano – Instagram @showsbyotavio

A noite da última quarta-feira reservou aos paulistanos um fim de tarde de muita chuva e trânsito, a clássica combinação que exige bastante paciência de quem anda pelas ruas da capital paulista.

Quem se deslocava pela cidade em direção à zona sul, no sentido da casa de shows Vibra São Paulo, ao menos tinha um objetivo nobre para ser paciente: rever a banda australiana Men At Work, que fez história no início dos anos 80, com canções que são indiscutíveis sucessos e conhecidas globalmente.

É bem verdade que a banda lançou apenas três discos em toda a carreira e que conta com apenas um único membro original, da formação responsável pelas famosas composições do grupo: o vocalista e guitarrista Colin Hay.

Ainda que tenha uma pequena discografia, o Men At Work é responsável por hits celebrados até os dias de hoje, extraídos dos dois primeiros discos, “Business as Usual” (1981) e “Cargo” (1983). Foi inclusive no ano de lançamento do segundo álbum que a banda ganhou o almejado prêmio Grammy Awards, de “Banda Revelação do Ano”.

Se os sucessos do grupo nos remetem ao início da década de oitenta, a plateia do show também foi formada em sua maioria por fãs acima da casa dos 40 anos de idade, ainda que muitos fossem crianças nessa época de início da banda.

Optando por deixar as principais (e mais esperadas) canções para o último terço do repertório, a impressão deixada inicialmente era de que o show demoraria um pouco a engrenar, uma vez que músicas como “Touching The Untouchables” e “No Restrictions” não empolgaram. Colin ainda aproveitou para executar uma dobradinha de composições solo, que igualmente não animaram tanto o público, embora tenha valido muito a pena conferir Scheila Gonzalez com seu saxofone em “Can’t Take This Town”.

A verdade é que a plateia ansiava mesmo pelos hits. Com exceção “Everything I Need”, com sua levada Reggae Rock, que despertou os fãs, e “Dr. Heckyll & Mr. Jive”, acompanhada com palmas e dancinhas na pista, a apresentação chegou mesmo ao seu ápice a partir de “Who Can It Be Now?”.

Bastaram os primeiros segundos da música para a reação do público ocorrer de forma imediata. Daí em diante foi uma verdadeira sessão coletiva de nostalgia, com os festejados sucessos da banda. “Overkill”, “It’s A Mistake” e “Down Under” levaram o bom número de fãs presentes diretamente aos anos de 81 e 83 e as letras foram cantadas com empolgação, além dos celulares que enfim “deram as caras” e foram erguidos aos montes pela pista, para registro de alguns minutos da apresentação.

Colin atualmente conta com músicos de diversas nacionalidades na banda, a começar por sua esposa Cecilia Noël, que é peruana e falou português com a plateia diversas vezes, ficando responsável pelos vocais de apoio e percussão. O vocalista fez questão de apresentar todos eles e destacar os países de cada um: a citada saxofonista Scheila Gonzalez é americana e toca também teclados; San Miguel Perez (guitarra), Yosmel Montejo (baixo) e Jimmy Branly (bateria) são de Cuba.

Quando o relógio marcava 23hs, esse time entrosado de músicos saiu rapidamente de cena, para logo depois retornar para o bis, com a ótima “Into My Life” e “Be Good Johnny”, celebrada com muita animação e alegria pelos presentes, colocando assim um ponto final na noite.

Agradecimentos à MCA Concerts e Midiorama pela atenção e credenciamento. Fotos: Divulgação/Giu Pera – gentilmente cedidas pela assessoria do evento.  

Setlist:

Touching The Untouchables

No Restrictions

Come Tumblin’ Down (Colin Hay)

Can’t Take This Town (Colin Hay)

Down By The Sea

Everything I Need

Blue For You

I Can See It In Your Eyes

Dr. Heckyll & Mr. Jive

No Sign Of Yesterday

Who Can It Be Now?

Underground

Catch A Star

Upstairs In My House

Overkill

It’s A Mistake

Down Under

Bis:

Into My Life (Colin Hay)

Be Good Johnny