Iron Maiden – Estádio do Morumbi, São Paulo – SP  04 de setembro de 2022

Por Otávio Juliano – Instagram @showsbyotavio

Quase três anos completos desde a passagem anterior do Iron Maiden pelo Brasil, o último domingo foi o dia dos paulistanos celebrarem novamente “o legado da Besta”, no Estádio do Morumbi.

Da mesma forma como ocorreu em 2019, o Iron Maiden veio ao Rock in Rio e aproveitou para levar seu espetáculo também a São Paulo, trazendo mais uma vez a turnê “The Legacy of the Beast World Tour”, para a alegria de dezenas de milhares de fãs que lotaram o estádio.

De lá para cá, o mundo vivenciou uma pandemia e os britânicos aproveitaram o tempo para lançar o décimo sétimo álbum de estúdio – “Senjutsu” (2021), que causou grande alvoroço mundial entre jornalistas e público, gerando inúmeras resenhas e opiniões, algumas nem tão positivas.

Independentemente do posicionamento da crítica especializada e da legião de fãs da banda, é fato que o Iron Maiden segue movimentando o mercado fonográfico, especialmente no seguimento do Heavy Metal, nesses mais de 45 anos de estrada. Como era de se esperar, ainda que a turnê seja a mesma, adaptações no setlist foram necessárias, o que foi percebido já no início do show.

Com o “Senjutsu” lançado, o Iron Maiden optou por abrir sua apresentação com as três primeiras faixas do álbum, em um palco imponente e visualmente muito bonito. O mascote Eddie deu logo as caras, trajando a armadura da capa do disco, e a plateia cantou com o Bruce o refrão de “The Writing on the Wall”, a canção que mais empolgou dentre as executadas nesse início.

O que se viu do “Senjutsu” foi isso. A partir daí, a banda optou por mesclar clássicos absolutos como “Fear of the Dark” e “The Number of the Beast”, com composições inclusive da fase em que o vocalista Bruce Dickinson e o guitarrista Adrian Smith haviam se ausentado da “Donzela de Ferro” – “Sign of the Cross” e “The Clansman” foram as escolhidas.

Com tudo minuciosamente ajustado, a turnê atual é marcada pela constante mudança de cenários no palco, passando por diversas fase da banda, destacando-se o fundo que imita vitrais coloridos em “Revelations” e o grande busto de Eddie em “Iron Maiden”. Repleto de teatralidade, o show agrada bastante no aspecto visual, somando-se à qualidade musical dos seis integrantes.

Bruce Dickinson troca de roupa muitas vezes e utiliza até mesmo um lança-chamas ao cantar “Fight of Icarus”, enquanto os guitarristas Adrian, Janick e Dave se alternam em solos e Steve Harris e Nicko comandam a chamada “cozinha” da banda com maestria.

Ao longo de duas horas de show, somente com um espetáculo tão grandioso foi possível esquecer um pouco do frio intenso que fazia na noite de domingo. Bruce destacou a baixa temperatura em São Paulo, lembrando que o clima pode, de fato, mudar, mas os fãs do Maiden permanecem sempre os mesmos, a quem chamou de “Blood Brothers”, faixa executada pela banda e bastante festejada pelo público presente.

Com tantos momentos especiais, era quase impossível evitar a vontade de fotografar ou gravar alguns minutos do show. Em meio aos celulares para o alto, vale destacar a presença de crianças sentadas nos ombros dos responsáveis, mostrando que o legado da Donzela passa de pai para filho.

Com direito a dois retornos ao palco para bis, o Iron Maiden encerrou a apresentação com “Aces High” colocando ponto final em mais essa visita ao Brasil. A banda segue agora para o México e Estados Unidos.

Abertura – Avatar

Vinda da Suécia, a banda Avatar foi a escolhida para tocar antes dos shows do Iron Maiden em Curitiba, Ribeirão Preto e São Paulo. Apesar de parecer uma banda nova para muitos dos presentes, os suecos estão na ativa desde 2001 e possuem oito discos lançados.

Mesmo com um mais recente álbum – “Hunter Gatherer”, de 2020, o Avatar acabou por focar seu curto setlist em canções de “Black Waltz” (2012) e “Hail the Apocalypse” (2014) – cinco das sete músicas foram extraídas destes trabalhos, com destaque para “The Eagle Has Landed” e “Smells Like a Freakshow”.

Formado por Johannes Eckerström (vocal), Jonas Jarlsby e Tim Öhrström (guitarras), Henrik Sandelin (baixo) e John Alfredsson (bateria), o Avatar pareceu agradar grande parte do público que estava à espera do Iron Maiden, com um show bastante performático e músicos agitados no palco, embora não tenha podido se utilizar de recursos e efeitos de luzes mais interessantes, tampouco telões.

Agradecimentos à Midiorama e à Move Concerts pela atenção e credenciamento do repórter da rádio. Fotos cedidas pela produção – Stephan Solo/Move Concerts @stephansolon.

 

Banda:

Steve Harris – baixo

Dave Murray – guitarra

Adrian Smith – guitarra

Bruce Dickinson – vocal

Nicko McBrain – bateria

Janick Gers – guitarra

Setlist:

Senjutsu

Stratego

The Writing on the Wall

Revelations

Blood Brothers

Sign of the Cross

Flight of Icarus

Fear of the Dark

Hallowed Be Thy Name

The Number of the Beast

Iron Maiden

Bis

The Trooper

The Clansman

Run to the Hills

Bis 2

Aces High