Billy Idol – Pavilhão Pacaembu, São Paulo – SP - 08 de setembro de 2022

Billy Idol – Pavilhão Pacaembu, São Paulo – SP – 08 de setembro de 2022

Por Otávio Juliano – Instagram @showsbyotavio

Fotos por Leandro Anhelli – Instagram @anhelli1980

O ano era 1991. Billy Idol, o icônico músico punk emergido da banda Generation X na década de 70 fazia sua estreia no Brasil, na segunda edição do festival Rock in Rio, no estádio do Maracanã. O que era para ser um único show acabou se repetindo no dia seguinte, devido ao cancelamento de última hora da apresentação do Robert Plant (Led Zeppelin).

Apesar de ter deixado sua marca no festival, Billy Idol, à época promovendo a turnê do álbum “Charmed Life” (1990), acabou por não passar por São Paulo e tocou exclusivamente em território carioca.

Por esta razão havia uma enorme expectativa nos fãs para esta tão aguardada apresentação na cidade paulista, ainda mais após o anúncio de que o vocalista retornaria ao Rock in Rio esse ano (em 2017, Billy Idol já havia sido anunciado no festival, mas sua vinda foi cancelada).

Havia ainda um componente adicional: seria a primeira apresentação de Idol com seu fiel parceiro, Steve Stevens, no Brasil. Em 1991 o guitarrista não fazia mais parte da banda e não gravou o citado disco “Charmed Life”.

O tão esperado show começou pontualmente às 20:30h, quando Billy Idol e banda deram as caras no recém-construído Pavilhão Pacaembu, com o sucesso “Dancing With Myself”, justamente um dos maiores destaques da carreira do vocalista, faixa lançada originalmente pelo Generation X, nos idos de 1981.

Um início arrebatador que fez o público vibrar de imediato. No palco um cenário muito bonito e repleto de luzes coloridas, com som bem ajustado e em volume agradável. Climatizado, o Pavilhão Pacaembu se mostrou um excelente local para shows e eventos, com acústica favorável e visão do palco de todos os lados da pista.

Já com o “jogo ganho”, Idol emendou canções de seus discos solo, com destaque para “Flesh For Fantasy”, extraída do seu mais festejado álbum, “Rebel Yell” (1983), acompanhada por muitas palmas vindas da plateia. Com um EP lançado em 2021 e outro previsto para o próximo dia 23 de setembro, Idol mostrou que continua criativo e acrescentou ao setlist composições recentes, dentre elas “Cage”, que dá nome ao vindouro EP (“The Cage”).

“Bitter Taste”, cujo próprio vocalista lembrou ter sido inspirada em um acidente de moto sofrido por ele em 1990 e “Runnin’ From the Ghost”, ainda nem lançada oficialmente, foram outras canções executadas pela banda.

Uma atração à parte foi Steve Stevens. Era nítido que muitos dos presentes ansiavam por ver o guitarrista ao vivo e foram inúmeros os momentos que Idol cedeu espaço ao músico. Stevens trouxe seu característico solo de guitarra, com uma boa dose de virtuosismo e técnica, mesclando Rock e música flamenca (Stevens tem um álbum de estúdio dedicado a esse gênero musical – “Flamenco a Go-Go”, de 1999).

Ganhador do Grammy Awards de 1987, por sua participação na composição de “Top Gun Anthem”, trilha sonora do filme “Top Gun: Ases Indomáveis”, Stevens deixou para um segundo momento a execução de parte dessa famosa canção. Apenas durante um estendido solo de “Blue Highway” é que o guitarrista ofereceu à plateia a oportunidade de ouvi-lo tocando essa premiada composição.

Nem é preciso dizer que o público ficou em êxtase, assim como em “Rebel Yell”, uma das mais aguardadas da noite. Com músicos afinados e muito entrosados (vide formação abaixo), os fãs cantaram o refrão da música como um verdadeiro “grito rebelde”, já quando o show se encaminhava para o encerramento do setlist regular.

Para o bis Billy Idol retornou com o cover “Born to Lose” (Johnny Thunders and the Heartbreakers) e “White Wedding”, encerrando essa histórica e memorável noite em São Paulo.

Após deixar o Brasil, Idol segue para a Argentina e Paraguai finalizando sua turnê sul-americana. Fica a torcida por um breve retorno.

Agradecimentos à T4F e Trovoa – Comunicação pela atenção e credenciamento.

Banda:

Billy Idol (vocal)

Steve Stevens (guitarra)

Stephen McGrath (baixo)

Billy Morrison (guitarra)

Paul Trudeau (teclado/guitarra)

Erik Eldenius (bateria)

Setlist:

Dancing With Myself (Generation X)

Cradle of Love